Era o fim de novembro, Maria mais uma vez sentou-se naquela grama verde, enquanto olhava para as pessoas e se impressionava com a beleza daquela noite estrelada, ocorreu-lhe de súbito um prazer momentâneo, as palavras abaixo descrevem o que se passou naqueles instantes, que se pudesse ser visto seria a imagem de uma flor desabrochando, :
Sinto-me como se ar começasse a voltar. Depois de muito tempo sinto o ar entrar pelas minhas narinas trazendo vida. È como se ar que agora entra trouxesse consigo um renovar de vida, assim como ocorrem as trocas gasosas, ocorre agora uma troca de morte pela vida; inspiro a vida e expiro as dores de uma profunda escuridão.
A liberdade parece deixar que seus primeiros raios me atinjam para declarar que um novo dia está surgindo e trazendo consigo as oportunidades que só um novo dia pode nos dar.
Como na aurora vejo as coisas ainda um pouco escuras, e as lágrimas não totalmente secas ainda queimam sobre a superfície do meu rosto. Esse novo raiar traz as incertezas e o desconhecido de um novo dia, mas não posso me esquecer que junto vem também a esperança de que tudo será diferente.
Hoje trago dentro de mim as lembranças de dias anteriores e as marcas de noites passadas. Não julgo, inocentemente, que a noite não chegará outra vez, ela virá e trará novamente o medo e o choro; mas enquanto ela não chega viverei cada minuto desse dia, recebelo-ei como um presente.
Maria, por fim, emudeceu seus pensamentos e se entregou aquele momento de refrigério como quem sabia que só durariam alguns instantes, mas que era uma amostra de como seria o dia quando ele de fato chegasse.
"Quero trazer a memória o que pode me dar esperança." Lm. 3:20-21
Por Nathália Mendonça
Goiânia-GO 13.05.10
Acho que no fim das contas descobriu-se o que pode dar esperança...♥
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