quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Minha maior dificuldade se revelou ser Sua grande obra.


Desde que posso me lembrar tenho uma grande dificuldade: Pessoas. Nunca soube como me relacionar com elas.
Quando eu era criança lembro-me que tinha medo das pessoas, aquele conjunto olhos, boca e nariz presos a um corpo não era nada coerente e estavam mais para alienígenas, eu então preferia ficar quietinha no meu canto. Na adolescência as coisas pioraram, não tinha mais medo das pessoas, mas era motivo para entrar em pânico ter que cumprimentar ou estabelecer dialogo com alguém; numa espécie de fuga eu acabava passando muito tempo dentro do quarto orando ou lendo.Não que eu nunca tenha feito amigos, mas diria que essas amizades são muito mais méritos deles que meu.
A juventude chegou e pra minha surpresa revelou que minha maior dificuldade é, na verdade, a grande obra Dele. Jamais havia me dado conta de que o Cristianismo é básicamente relacional e que o enredo de toda a sua história fala fundamentalmente de RELACIONAMENTO.
Pra inicio de conversa, no principio de tudo havia um Deus que é trino e, por isso mesmo, desfruta de um relacionamento pleno e perfeito consigo mesmo. Não obstante esse mesmo Deus criou o homem para adorá-Lo através de um relacionamento pessoal, e vendo que não havia na criação alguém que fosse idôneo pra o homem se relacionar deu-lhe a mulher.
No meio de todas essas relações ocorreu, no entanto, uma grande ruptura ou a queda. Esta não representou apenas a saída do homem ou a entrada do pecado no mundo, mas sobretudo, a alienação do homem no que diz respeito a Deus, a si mesmo e ao outro.Primeiro o homem passa a se esconder de Deus com quem estava sempre na viração do dia, depois passa a ser omisso quanto a pratica do pecado, por ultimo a sua auxiliadora idônea passa a ser “ a mulher que me deste”.
“Essa queda ou ruptura de nossa relação com Deus, conosco e com o outro perdurou até a encarnação, a morte e a ressurreição de Jesus. Na cruz ele nos reconciliou com tudo e com todos de que o pecado nos separou”.
Continuamos a viver no mundo, e por sua vez, ainda estamos sujeitos as conseqüências da queda. A obra já foi realizada, mas ainda esta se completando diariamente em nos a medida que caminhamos,é o famoso já e ainda não. A medida que a imagem de Deus, uma imagem essencialmente relacional, vai sendo reconstruída em nos os nossos relacionamentos também vão sendo curados e restabelecidos.Hoje somos livres pra experimentar intimidade com Deus, aceitação de nos mesmos sabendo que estamos correndo a fim de nos tornarmos homens semelhantes a Cristo e amizade com nossos semelhantes.
É isso ai, pra minha grande tristeza ou mais profunda alegria a Sua grande obra se chama RECONCILIAÇÃO e diz respeito a relacionamentos, com Deus, comigo mesmo e com o próximo.
Continuo tendo grandes dificuldades nessa área, mas o grande trunfo de toda essa reflexão é saber que minha maior dificuldade é, na verdade, uma grande oportunidade de viver intensamente sua obra.
Nathália Mendonça
Goiânia- GO 13/10/2010

Um comentário:

  1. ... pois é..
    e se eu disser q tinha medo de padres e freiras?
    ...
    ironias de Deus. ¬¬
    kkkkk

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