segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mudanças


Saímos de casa uma vez e quando voltamos os móveis estão no mesmo lugar, o cheiro continua o mesmo, as pessoas as mesmas (ou não... hehe), ainda assim algo mudou, não conseguimos mais nos sentir em casa e ai percebemos que, o que ou quem mudou, fomos nós.
Quando partimos, seja para estudar, realizar um sonho ou trabalhar, sentimo-nos emocionalmente confusos, há o pesar de estar deixando seu lar e as pessoas que ama sem saber o que o amanhã trará, por outro lado, há a expectativa do que nos aguarda e a alegria pelas novas oportunidades.
Então, quando chegamos ao nosso novo destino, o obvio acontece: conhecemos novas pessoas; somos influenciados por novos mestres; como se fossemos casas destruímos paredes dentro de nos, jogamos móveis fora, mudamos outros de lugar, construímos novas coisas; adquirimos irmãos que jamais havíamos conhecido; descobrimos nossos defeitos; tornamos-nos detestáveis a alguns; descobrimos que podemos vencer nossos limites; mudamos algumas convicções; alguns de nós conhecemos o amor e o poder de um ‘’eu te amo’’; marcamos pessoas e somos profundamente marcados por elas. Mas a transformação passa imperceptível aos nossos olhos.
Para alguns a experiência de sair de casa é temporária, e ao fim dela retornamos para aquele lugar que um dia chamamos de lar. Nesse ponto descobrimos algo que até então ninguém tinha nos avisado, não deveríamos ter nos despedido apenas do quarto, das pessoas ou do cachorro; deveríamos ter-nos despedido de nos mesmos porque jamais nos reencontraríamos.
É fato que todos mudamos, estando perto ou longe de casa, e é verdade que com o tempo voltaremos a chamar o lugar onde estamos de casa, mas para aqueles que retornam de um lugar distante, que viveram e aprenderam coisas diferentes daquelas pessoas que ficaram, é desafiador impor aos outros a presença de uma pessoa que não conhecem mais: você.
O que o grande Criador tem a ver com isso?Tudo. Ele esteve presente em cada um desses acontecimentos, esteve presente enquanto escrevia essas linhas e está presente ai enquanto as lê. E daí?É que os céus não precisaram se abrir e você não precisou de uma experiência sobrenatural para tê-lo por perto. Talvez devêssemos aprender a viver a nossa espiritualidade de modo mais simples, Jesus transfigurar-se no alto de um monte ocorreu apenas uma vez, mas sentar para comer e contar parábolas era seu cotidiano. Ele não deixou de ser Deus por isso e nós tão pouco seremos menos espirituais se o enxergarmos no dia-a-dia.


Nathália Mendonça
Goiânia-GO 25.07.10

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